terça-feira, 27 de abril de 2010

Lume.

Porque tudo que é recíproco, é bonito, cada gesto e cada lugar estado pela soma dos corpos, fica gravado na mente, mesmo quando acaba. Mas às vezes acreditamos em algo que nos faz perder o fôlego, por um instante sonhamos com uma eternidade toda, cheia de felicidade, de reciprocidade, de amor. E por esse mesmo instante, sentimos o coração cheio e a falta desse amor faz querer bem mais a presença contínua e abundante.


Tentamos enxergar o que falta num estranho vazio, que vemos dentro dos olhos. De repente, a indiferença do outro, passa a fazer parte de nós e se torna recíproco, até mesmo a raiva. Sem entender, eu fui vendo tudo acontecer, paguei pra ver, paguei com a alma, quase com a vida, com as lágrimas, com a dor. Esqueci do juízo, perdi meus princípios, coloquei em risco o meu futuro e a minha família...

Só pra ver meus meros sonhos indo embora, numa tarde como esta, como aquelas que vi cair ao teu lado. Pouquíssimas tardes, que vão ficar no meu passado. No teu passado. Mas agora é como se eu precisasse de novo aprender a ler, cada fim de tarde te lembro menos e tem dias que te odeio menos também, mas não compreendo a tua presença constante em meus sonhos, quando o que eu mais quero é deixar de lembrar, porque eu sei que é impossível esquecer. Quanto sentimentalismo! Mas é o que eu penso quando a raiva está distante e quando as imagens e as lembranças dormem... Pra mim isto é apenas um recreio, em meio às aulas diárias que tenho dia pós dia. E não importa o que eu sinto, não importa o que eu penso, os mortos estão mortos e isso já é passado.

Não tenho como me contentar em não tê-lo, se te mostras meu sempre quando olha nos meus olhos.

Eu nego! Nego tudo! Pois o fim é sempre óbvio, mesmo que fique sempre ao meu lado aqui. Mesmo que faça parte do meu cotidiano, que me leve e me busque na faculdade, como qualquer casal apaixonado por aí... Aparências!

O que eu nunca disse a ninguém é que eu te compreendo e sei que assim como eu sinto a falta tua, você também sente, mas nem sempre é a minha... Você vive oscilando, como a luz de uma cabana escondida em meio a uma floresta, que ninguém nunca soube quem a construiu, nem quem é o dono.

Nenhum comentário:

Postar um comentário