terça-feira, 27 de abril de 2010

Do platônico...

Do cansaço, da dor da labuta
Da solidão das canções
Dos versos tristes sem paixão
Nasceu um amor
Que não tem nenhuma pretensão
De acontecer.

Antes ele que é platônico
Que o outro, carnal
Pois sigo os teus passos
Que são como estrelas
Iluminando
Em meu caminho

Esse amor que nasceu
De uma flor machucada
Ferida, da lida
Dos dias meus
Que não sei até quando
Suportarei a solidão
Sem os teus.

Junte as suas dores com as minhas
Junte o seu vazio com os meus
Ando cansada, ferida
Pois seguir-te em pensamentos
Já não dá pra suportar
O meu corpo implora pelo seu

Mas inútil sou
Pois nada posso fazer
Seu corpo pertence a outros corpos

Minhas dúvidas são traidoras
Mas será que assim como eu
Deitas a noite, só para olhar o céu?
Contemplas a lua e fica a lembrar os caminhos teus?
Faz três pedidos as estrelas cadentes do céu?

Eu me mantenho fechado em meu quarto
Em noites de céu claro e estrelado
Pois as luzes me lembra o teu olhar
E uma dor imensa, corta meu peito e a garganta

Em noite de lua
Eu tenho andado cabisbaixa
Pois a luz que ela reflete
Jamais machucou tanto alguém
Como tortura a mim
Já não sei o que fazer
Para apagar de mim
Este amor que me tapa os ouvidos e a boca
Tão platônico que já não cabe em mim
Que faz meus olhares todos seus
O meu caminhar só quer ir rumo ao seu
É um deserto de desespero
Sempre te ver
E não poder, e não lhe querer por não poder
Te ter.

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