terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O segredo

 Você, que é feito de
                                                                  Nuvens de fumaça
Se ao menos pudesse saber que
Entre as estrelas entrelaçam
Sonhos e quimeras mil





Vindos do destino
Entrelaçados pela emoção
Que num triste soslaio
É lançado
Como o vento ao mar





Pétala da rosa caída
Arrancada
Letra do samba borrado
Jogado, ao chão
Muita calma pra sofrer





Porque veio, como foi
A música começa
E termina
É justo
Minha menina.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

...eis aqui, este sambinha...

Sou todo amor, sou todo samba... A alegria que aqui amanhece, dorme ao meu lado. Tenebroso, todo minuto que me foge da mente, que eu sou o meu melhor e que vivo assim... Não ando só, o amor nunca está só... Tenho sim, em todo fim de tarde, uma vontade imensa de sofrer, mas mesmo assim não fico só. Eu escrevo a dor em que imagino ter. É sagrada e justa, essa vontade. Ando assim, sempre meio desligado
Aos que puxam assunto, dão as costas e num soslaio dizem: Coitado, morrerá só, de tão frio!
Deus lhe pague amigo, falar bem, até papagaio fala. E ao virar-me as costas, somes de minha memória,
assim como todas as coisas desinteressantes que já vi e nem me lembro mais.
Coisa rara é o meu não lembrar, memória, é o sopro em que me desperta todas as manhãs.
É hortelã, folha de papel marche...
Poderia eu usar palavras tão clichês, mas o que aqui dentro é pensado e sentido, em palavras não poderias tu, entender.
Poeta amador, escrevo dados em que processa a minha dor, tenho em mim apenas uma pedra no peito, mas que me dá mais que amor, dor... Me traz sonhos, vontades, essa coisa toda, flores que eu plantei e não colhi, as cartas que eu não enviei, de tão bonitas, preferi guardar pra mim. De tudo que foi bonito, que foi amado, que foi sentido e sonhado e acabou. Não vivo de passado, nada se tornou passado para um homem que sempre teve espaço para tudo em seu coração, até mesmo pra tristeza e solidão...

Mas da tristeza eu faço letra de samba, e desperto de novo, a alegria que há em mim.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Faz frio aqui...

O que você faria, em tardio dezembro, quando outrora o vento quente soprava o rosto como um ósculo, com o peito gritando com frenesi. E agora, o inverno invade o tempo com impávido furor, rasgando a solidão e perdendo as lembranças? Como fugir do pelourinho, quando os pés estão acorrentados no passado, qual aliança no futuro perdurará? Viver fumando ópio pra acalmar a dor? Deixar a terceira lâmina arrancar as raízes da vida? Ou podemos acreditar que é aquela que mais fere que virá mais tranqüila? O que você faria?